sexta-feira, março 29, 2024
Brasil

Plataforma para combater violência doméstica é lançada na Câmara

A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados e a comissão externa que acompanha casos de violência doméstica lançam, na tarde de hoje (23), o Projeto Glória, uma plataforma de inteligência artificial voltada para o combate à violência contra a mulher.

Cada vez que uma pessoa interagir com a personagem da plataforma, um robô batizado de Glória, a informação que se trocou sobre o assunto será acrescentada ao repertório do software, melhorando o conteúdo que chega aos usuários que o consultam.

Além do processo de machine learning, ou seja, da assimilação e aprimoramento constantes de informações, outra finalidade do programa é gerar relatórios que permitam o mapeamento das ocorrências, separando os dados a partir de faixa etária, local e dados socioeconômicos das vítimas.

A idealizadora do projeto, a professora universitária Cristina Castro Lucas de Souza, explicou que se trata de um trabalho de potência por ser colaborativo e por ter a capacidade de evitar que a violência se consume, uma vez que a proposta é fornecer esclarecimento tanto a vítimas como a mulheres que ainda não conseguem discernir o que é agressão.

Ciclo de violência

Muitas mulheres se sentem confusas quanto a estar ou não em um ciclo de violência porque o agressor é seu atual companheiro. No Distrito Federal, seis em cada dez vítimas de feminicídios ocorridos entre março 2015 e março de 2019 estavam casadas ou tinham relação estável com os homens que as agrediam. Com a plataforma, haverá a possibilidade de que se pergunte, sem medo, se a situação é abusiva.

“Funciona dos dois lados, tanto para a vítima quanto para a questão informacional, a iniciativa privada, o governo, um manual de boas práticas dentro de uma empresa, como instrução para os homens que fazem certas brincadeiras, dizem frases e não sabem que [o machismo] é uma questão cultural”, disse Cristina.

Para a professora, a inferiorização da mulher é um valor que tem sido disseminado em todos os grupos populacionais do país, motivo pelo qual se pensou em construir uma robô que represente as mulheres em sua diversidade. “Pensamos que é mais do que um bot [diminutivo de robot, que significa robô, em inglês], que é um somatório de todas nós. Ao olhar para Glória, enxergo ela em muitos contextos: a mulher da periferia, a mulher rica. E essa vai ser a beleza dela: dar voz a qualquer mulher que precisar.”

Saiba mais na Agência Brasil

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