Paralisação de médicos conveniados suspende mais de 90 cirurgias em hospitais de Natal

Cerca de 90 cirurgias deixaram de ser realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em hospitais conveniados à prefeitura de Natal nesta terça-feira (14) após a paralisação dos médicos de alta e média complexidade.
Além de cirurgiais, foram suspensas parcialmente ou completamente procedimentos e consultas médicas em hospitais como a Liga contra o Câncer e Varela Santiago, além de outras unidades privadas conveniadas com o Município.
Segundo os profissionais, o motivo da paralisação é a falta de contrato com a prefeitura desde setembro, quando o serviço deixou de ser prestado por uma cooperativa e passou a ser intermediado por uma empresa terceirizada. Desde a mudança, segundo os profissionais, nenhum contrato foi assinado.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que trabalha em conjunto com o Ministério Público (MP), a Procuradoria-Geral do Município (PGM) e com representantes dos hospitais envolvidos “na busca de uma solução que garanta segurança jurídica e viabilize o atendimento das demandas apresentadas pelas equipes médicas que optaram por não firmar contrato com as empresas vencedoras do processo licitatório”.
A SMS informou que cumpre “integralmente os pontos acordados durante a audiência de mediação – dentre eles, o pagamento indenizatório para os profissionais – e segue nos estágios finais de afirmação do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), visando a regularização da oferta de procedimentos de alta complexidade no município”.
Pacientes sofrem com cenário
A situação tem afetado pacientes que aguardavam há meses por cirurgias. É o caso da mãe da manicure Nadja Macedo, que tem 63 anos e faz tratamento contra um câncer de mama na Liga.
“Há alguns meses, quando a gente terminou o tratamento, a gente custeou os exames, que foi a mamografia, a ultrassonografia, do próprio bolso, para que essa cirurgia saísse rápido. Infelizmente, ao chegar na Liga segunda-feira, fiquei surpresa em saber que não está tendo marcação de cirurgia”, contou Nadja.
A assistente administrativa Priscilla Santos, que também tem a mãe em tratamento oncológico, fez um apelo à gestão municipal.
“Peço, por favor, encarecidamente que gestão, a prefeitura, a Secretaria de Saúde resolvam essa questão. Os pacientes estão sofrendo muito com isso. Minha mãe já está há dois meses tentando fazer a cirurgia e não consegue”.
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g1 RN