sábado, abril 20, 2024
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Servidores do Hospital de Macaíba sofrem com assédio e precarização do trabalho, diz sindicato


Atuar na linha de frente no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus não é uma tarefa fácil. Pelo contrário, exige muita energia e dedicação para atender a população, mesmo em condições de trabalho precárias. Trabalhar nessas condições é mais difícil ainda quando não se tem um ambiente de trabalho saudável. É o que os servidores do Hospital Regional Alfredo Mesquita Filho, localizado em Macaíba, região metropolitana de Natal, estão enfrentando há alguns meses.

Segundo o diretor do Sindsaúde/RN, José Antônio, o assédio moral está presente de forma generalizada nas relações de trabalho do hospital. “Está acontecendo assédio moral de direção com os funcionários, assédio da coordenação de enfermagem com a equipe de enfermagem e enfermeiros com técnicos de enfermagem. Inclusive, recentemente uma enfermeira pediu para sair por conta de assédio”, disse José Antônio, que também atua no Hospital de Macaíba.

De acordo com o diretor, funcionários que estão em cargos de confiança da direção também utilizam a posição para assediar moralmente os demais trabalhadores da saúde. Além do assédio moral, a direção está colocando os novos contratados sem experiência e sem treinamento para trabalharem na UTI Covid. Com a pandemia, a UTI covid do hospital de Macaíba foi aberta para realizar tratamento de pacientes com covid-19. “Após as denúncias, o Coren fez uma visita ao hospital, mas o ambiente está tão pesado que os servidores estão se sentindo intimidados e com medo”, declarou José.

Além disso, os servidores do hospital enfrentam péssimas condições de trabalho. Segundo relatos, o cuidado é feito de forma improvisada. Falta lençol, falta medicação e os EPI’s estão sendo racionalizados pela direção. Os servidores estão sendo obrigados a dar um plantão de 24h com apenas duas máscaras cirúrgicas. A climatização dos setores está prejudicada porque os ar condicionados de todas as enfermarias estão quebrados. O CME, setor de esterilização, está com o ar condicionado queimado há mais de dois meses e a direção não resolve.

Diante dessa situação, vários servidores já passaram mal por causa do calor. Eles relatam que não têm como se paramentar para lavar os materiais, pois não conseguem suportar o calor da sala. De acordo com a denúncia, o setor também sofre com grande quantidade de mofo nas paredes. Mas, não é só os servidores que sofrem com a falta de ventilação no hospital. Em dias mais quentes, os pacientes também passam muito calor.

Segundo informações, o setor de expurgo do hospital de Macaíba não é adequado para o uso. As pias que fazem a higienização dos materiais respiratórios, por exemplo, são pequenas e os materiais sequer cabem dentro da pia. Além disso, elas estão furadas, com isso, quando os materiais são lavados a água contaminada cai nos pés dos servidores. Não tem exaustor para eliminar as contaminações dos materiais, ocasionando um ambiente ainda mais insalubre para as trabalhadoras e trabalhadores da saúde.

“Os servidores estão expostos a contaminação e colocando em risco suas vidas por negligência da gestão que não se importa com as condições de trabalho. Muita gente está adoecendo com sobrecarga de trabalho. Os setores são altamente insalubres. Isso é desumano, nenhum servidor merece trabalhar nessas condições”, disse José.

Outra situação é a falta de segurança no hospital. A unidade conta apenas com dois vigilantes, mesmo tendo aberto uma nova entrada para a UTI covid. Os trabalhadores também reclamam que a alimentação é de péssima qualidade.

Para nós do Sindsaúde/RN é inadmissível um hospital funcionar dessa forma. É necessário que o governo do Estado olhem para esse serviço tão essencial. “A direção do hospital não pode negligenciar as reivindicações desses trabalhadores que estão na linha de frente. O sindicato irá tomar medidas jurídicas em relação a essas denúncias e formalizar uma denúncia ao Ministério Público do Trabalho”, finalizou José Antônio.

Fonte: Sindsaúde RN

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