sexta-feira, março 29, 2024
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Doodle do Google homenageia Dona Militana, a maior romanceira do Brasil

Dona Militana, considerada a maior romanceira do Brasil, foi homenageada nesta sexta-feira (19) com o Doodle do Google. Nascida em São Gonçalo do Amarante, cidade da Grande Natal, ela completaria 96 anos nesta data. Ao abrir o Google, a ilustração especial acima da caixa de buscas aponta para pesquisa sobre a vida e obra da romanceira potiguar.

Apesar de analfabeta e de ser proibida de cantar pelo pai, foi na roça que memorizou os romances, um considerável acervo que fez dela uma enciclopédia viva da cultura popular. Seus romances eram originários de uma cultura medieval e ibérica, que narravam os feitos de bravos guerreiros e contam histórias de reis, princesas, duques e duquesas.

Em setembro de 2005, em Brasília, ela recebeu das mãos do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Comenda Máxima da Cultura Popular, sendo considerada a principal e última guardiã do romanceiro medieval nordestino. Dona Militana morreu em 2010 e suas memórias estão expostas no Museu Municipal de São Gonçalo do Amarante.

Sobre Dona Militana

Dona Militana é considerada a maior romanceira do Brasil — Foto: Prefeitura de São Gonçalo do Amarante/Divulgação

Além de romances, Militana cantava modinhas, coco, xácaras, moirão, toadas de boi, aboios e fandangos, numa cadência que lembrava o cantochão, com ritmo baseado na acentuação e nas divisões do fraseado.

Na maioria das vezes, as narrativas cantadas eram histórias trágicas, como a do “Conde de Amarante”, em que a esposa chora a ausência do marido, enquanto dá ao filho “o leite da amargura” e se despede da vida. Outros romances, como “Nau Catarineta”, traziam poesias de terras distantes, desconhecidas, lugares por onde Militana navegava com a memória e a imaginação.

Na década de 1990, o folclorista Deífilo Gurgel conheceu os cantos de Dona Militana e permitiu que o país inteiro conhecesse o talento dela. A romanceira chegou a gravar um CD triplo intitulado “Cantares”, lançado em São Paulo e Rio de Janeiro. Na época, críticos e jornalistas de grandes jornais brasileiros se renderam aos encantos e a peculiaridade da voz de Dona Militana.

G1 RN

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