segunda-feira, maio 20, 2024
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Percentual de cobertura vacinal infantil aumenta no RN, mas ainda existem desafios para o alcance de metas

Foto: ISD/Reprodução

Nos últimos anos, a adesão ao esquema básico de vacinação infantil vem crescendo no Rio Grande do Norte. De 2022 para 2023, por exemplo, houve uma maior cobertura registrada para 14 das 16 vacinas que compõem o calendário infantil do Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Os dados referentes ao ano passado foram consolidados no fim de abril e estão disponíveis na plataforma DataSUS, do Governo Federal. Eles demonstram uma melhora para o contexto de imunização no estado. Por outro lado, apontam que ainda existe um caminho a ser percorrido para o alcance da meta vacinal de 95%, recomendada pelo Ministério da Saúde.

Para a médica infectologista do Instituto Santos Dumont (ISD), Débora Lira, o aumento geral da cobertura vacinal, que também aconteceu nacionalmente, representa um cenário otimista. Segundo a profissional, a melhora pode ser explicada pelos esforços dos agentes de saúde e da sociedade civil, bem como o fortalecimento de políticas públicas, no incentivo às campanhas de vacinação, à disseminação de informações confiáveis e na própria acessibilidade às vacinas.

“O que pode explicar esse aumento são as campanhas de estímulo à multivacinação, deflagradas pelos governos nos três níveis, como os Dias D. Além disso, o combate à desinformação, já que, infelizmente, nos últimos anos, houve uma propagação de informações falsas a respeito de algumas vacinas, especialmente contra a Covid, e isso acaba influenciando na adesão vacinal das vacinas do calendário básico”, analisa Débora.

A infectologista destaca também a importância do acesso facilitado às vacinas a partir de estratégias que aproximaram os postos de vacinação da população. Um exemplo disso são os pontos extras montados por prefeituras em shoppings e em áreas de grande circulação de pessoas. Soma-se a isso a maior oferta de imunizantes disponíveis na rede pública de saúde.

Um dos destaques no contexto do aumento percentual da cobertura vacinal foi a imunização contra a febre-amarela. Para esta vacina, houve um aumento percentual de mais de 100% no RN, saltando de 22,48% em 2022 para 54,33% em 2023. Instituída no calendário vacinal em 2020, o imunizante é recomendado nacionalmente desde então. O aumento da imunização contra a poliomielite, varicela e tríplice viral também se destacam no período.

Mesmo com dados otimistas, ainda existem pontos de atenção para o alcance da meta vacinal e para as vacinas que apresentaram diminuição na adesão. Dos 14 tipos de imunizantes que registraram aumento, nenhum atingiu os 95% recomendados pelo Ministério da Saúde no ano passado.

“Nós não podemos descuidar em relação a estimular, a propagar campanhas e a informação verdadeira, baseada na ciência, de que a vacina é sim segura, deve ser aplicada para as populações as quais está recomendada e é uma ferramenta de saúde pública importantíssima”, reforça.

Vacinação contra a dengue

Em 2024, o imunizante contra a dengue passou a ser disponibilizado em todo o país. Até o fim de abril, foram 27.662 doses aplicadas das 45 mil recebidas em municípios do Rio Grande do Norte, segundo a Secretaria de Saúde Pública do RN (Sesap). Em dados percentuais, isso representa um uso de cerca de 61% das doses disponíveis.

Diante da procura ainda tímida, municípios vêm adotando diferentes estratégias para atrair o público. Natal, por exemplo, expandiu a disponibilidade do imunizante para todas as unidades básicas de saúde do município e ampliou temporariamente a faixa etária de vacinação para evitar a perda de doses, seguindo recomendação do Ministério da Saúde.

Com a maioria da população ainda exposta à dengue, a infectologista Débora Lira reforça a necessidade de adoção de cuidados para evitar o acúmulo de água parada, o uso de repelentes e a proteção contra picadas do mosquito Aedes aegypti, vetor das arboviroses.

“A vacina começou a ser administrada agora em uma população restrita e ainda estamos na primeira dose, o quantitativo inicialmente foi pequeno, mas gradualmente vai aumentar ao longo desse ano e do próximo. Por isso, é importante reforçar a vacinação para que no futuro tenhamos essa eficácia da vacina como uma arma de proteção contra a dengue”, reforça a infectologista.

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